Le Temps
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Le Temps
Olhando o horizonte, sentado à beira da praia, um sol macio deixa marcas na areia da ampulheta, marcando mais um “X” no calendário. A noite esconde o que sobrou do dia, fecha-nos os olhos mesmo que as pálpebras estejam engessadas com o peso da insônia.
Passamos os meses esperando o ano acabar, as semanas passam a espera do mês findar; os dias caminham em direção aos finais de semana; as horas dão voltas para zerar o relógio dia-após-dia; 60 são os passos que os minutos dão religiosamente durante 24 vezes por dia; e os segundos correm desesperadamente para fechar o ciclo e te fazer atrasar.
Presos neste ciclo, o tempo empurra-nos pelas costas para corremos atrás dele, por vezes amarra-nos no seu encalço e como uma criança de birra, insiste em não passar, nem passear. Em noites frias, ele passa na surdina pelo nosso quarto, e quando acordamos percebemos que ele há muito tempo já passou.
Muitas vezes só estamos à espera: de uma atitude alheia; de algo que nos faça sentir bem; de alguém que não conhecemos ou simplesmente à espera do tempo que virá.
Esperar é um complemento subliminar para o verbo faltar, que nunca será preenchido se continuar a esperar que nossa vontade nasça com o raiar do sol da próxima segunda-feira.
3 comentários:
E você o tempo inteiro me causando identificação com seus textos! Lindo! =)
"Não vou viver, como alguém que espera um novo amor", um novo dia, um novo ano...
Huuu! Esse tempo foi de surpresas!! A Uneb só tem talento!
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