Imobilizado
Posted by
O tilintar
das correntes precede ao ruído opaco dos passos, é impossível enganá-las. Elas
estão ali, ora presas aos pulsos, ora aos pés. Livres o suficiente para girar o
punho, as mãos escrevem pedidos de socorros, gritos por ajuda no papel, tão altos
que o rasgam, mas ninguém ouve.
O som dos
metais enferrujados acompanha o desdobrar de bons sonhos para findá-los em seu
momento mais sublime. Em outras oportunidades, silenciam para que pesadelos
soem mais altos em noites sólidas e inquietantes.
Os
pensamentos continuam a acender e produzir calor, mas o abismo insiste em
devolver o olhar. Envolto na escuridão, fecho os olhos e permito que a
respiração me faça companhia. Penso em dar um passo à frente, mas aquelas
malditas as correntes continuam à espreita.
Enfim,
a saída foi acordar. Sentei à beira da cama e finquei os pés no chão. Acendi a
lanterna do celular e a escuridão não era impenetrável. Respirei aliviado. Foi
só um maldito pesadelo, confessei para o quarto.
Levantei
em direção à porta, com a mão estendida, e antes de chegar à maçaneta, um
tilintar...
0 comentários:
Postar um comentário