Queda Livre
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O
parapeito da janela, ao que parecia, tinha a largura ligeiramente menor que os
meus pés. O cimento de que fora feito produzia leves arranhões nos pés
descalços, nada que pudesse ser esquecido com alguns minutos.
O
vento batia na cara sem chances de me nocautear. O sol, quase a se por,
despedia-se também. Os batimentos
cardíacos, que deveriam se desesperar, estavam dispersos em sua rotina.
Sem
mais delongas, saltei. Uma queda livre para o coração sair do seu ritmo
monótono, e para os olhos começarem a deixar óbvio em pontos cegos. Na vidraça
do prédio em frente, a vida passava de cabeça pra baixo, e agora, tudo fazia
sentido.
Mais
alguns segundos para encontrar o destino, e depois de um turbilhão de
pensamentos, um vazio acalentador. Depois de tanto pensar em saídas para os
problemas, eis que me deparei com as entradas. Seria tarde demais para voltar?
Muitas
vezes olhamos para as adversidades, e pensamos que o abismo é muito íngreme e damos
meia volta. É preciso pular e aceitar os riscos. O medo e as incertezas, quando
enfrentadas, fazem com que nos sintamos vivos.
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