Disritmia
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Os caminhos sempre seguiam em paralelo, como duas
estradas fadadas a não se cruzarem. Uma das trilhas se cansou e deixou cambalear-se
para a outra, queria tomá-la numa esquina.
O movimento foi em vão. Eram duas avenidas de sentidos
iguais que nunca se encontrariam. No fundo queriam ser íntimas como a Ipiranga
e avenida São João. Nunca teriam o fluxo caótico do trânsito que transborda de
acasos.
Uma delas de tanto querer chegar ao outro lado,
perdeu seu rumo, quase vai de encontro a um beco sem saída. Não queria se
adaptar, queria ser contramão e percorrer todas as vielas de seu par.
Hoje, sem esperanças, uma delas continuou seu rumo
de mão única, sem volta, trilhando um destino fatídico. A outra resolveu abreviar
a agonia e pegou um atalho até um desfiladeiro, e lá jaz sob a lápide: fim da
estrada.
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